Filha,
este é um momento muito difícil. Estou voltando ao trabalho, num formato diferente, mas o coração dói sempre que preciso ficar longe de você.
Hoje fizemos uma coisa bem diferente. Dei uma palestra sobre relacionamento com a mídia para um cliente e você foi até lá, no horário do intervalo, para mamar. Nem preciso dizer que fez o maior sucesso, né?
Tenho vontade de nunca mais deixar de amamentar você só para não cortarmos o elo. Ai, filha, um dia, quando você tiver os seus filhos vai entender muito bem. À tardinha, caimos no sono. Nós duas, exaustas, por causa desse dia tão puxado.
Agora à noite, achei o maior graça quando a coloquei no berço e você logo olhou para o móbile, à espera que os bonequinhos começassem a girar ao som de uma das melodias de Bach. Corri e fiz com eles dançassem mais uma vez, especialmente para a minha princesa. Depois de um tempo, Valentina, acho que você ficou um pouco irritada por não conseguir estar ainda mais perto deles e reclamou. Eu, então, a peguei no colo e cheguei pertindo para que você pudesse tocá-los. Filham eu deveria ter gravado a sua expressão de surpresa e alegria. Incrível.
Vou dormir. Você já está aqui do meu lado, com a chupeta na boca, descansando feito um anjo. Você é um anjo.
Te amo!
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