terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Mãe televisão
Valentina, fui à padaria comprar um pão quentinho no fim da tarde do último domingo e encontrei uma meninininha muito linda com os seus pais. Olhos claros, cabelo liso com alguns cachinhos nas pontass. Uma graça! Quando ela me viu com este barrigão, perguntou o que havia dentro. Segue o nosso diálogo:
- Aqui dentro tem uma princesa igualzinha a você.Uma menininha.
Ela me fitou com aqueles olhinhos de desconfiança, certamente pensando que eu era um ser meio esquisito. Reforçei:
- Você também morou dentro da barriga da sua mamãe, assim como a minha menininha está morando aqui na minha barriga.
Decidida, olhou bem nos meus olhos e lançou:
- Eu não morei na barriga da minha mãe, não.
Sorri, olhei para a mãe dela, que correspondeu. Insisti:
- Morou, sim. Todos os bebês um dia moraram na barriga de suas mães.
- Mas eu não morei, não.
- E como você nasceu, então?
- Eu nasci da televisão.
Sorri mais uma vez, virei as costas e mirei no caixa para pagar os pães quentinhos. Não havia mais o que argumentar.
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