Ontem Valentina completou uma semana conosco. Olho para a minha pequena e custo a acreditar que, há poucos dias, ela estava dentro da barriga, passando os pezinhos sobre as minhas costelas e compartilhando comigo todas as emoções.
Como é lindo ver a carinha dela após cada mamada. Tão entregue, tão pura, tão indefesa. Totalmente entorpecida pelo néctar da vida. O que sonhas, Valentina? Com os anjos, suponho. Talvez com flores. Muitas delas. Sonha com um mundo mais justo, menos violento, povoado por pessoas com a pureza de coração de um bebê.
No quarto ao lado, o meu adolescente tecla apressadamente no computador. Desta vez, não está nas mídias sociais e nem jogando PS3, felizmente. A busca frenética é por informações para uma pesquisa do colégio. Sou, agora, mãe de dois! Duas pessoas em fases tão distintas, com necessidades e linguagens diferentes. O ponto de convergência? Eu. Não está sendo nada fácil sincronizar os intervalos das mamadas com os momentos de atenção ao mais velho, mas tenho me esforçado bastante. Quer saber? Estou adorando isso!! O trabalho é duro, mas dá uma sensação gostosa de plenitude. Quando os dois estão juntinhos, sinto o coração transbordar. Amor é um sentimento curioso mesmo. Multiplica-se, gera frutos, derrama, saí pelos poros, pelo leite e faz a gente querer produzi-lo cada vez mais e mais.
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